21h46. Primeira noite no novo apartamento.
Exausto, Mick tira a chave do bolso, ainda com a logomarca da corretora no chaveiro, coloca dentro da fechadura e gira. Ele entra em seu novo apartamento pela primeira vez. Sentimento de orgulho? Felicidade? Não. Não há razões para saborear o gosto doce da conquista… pelo contrário, sua expressão é de amargura. Embora o apartamento esteja bem mobiliado, a sensação de vazio o assombra. Mick abre uma garrafa de Jagger e serve em um copo com gelo. Nunca foi muito chegado a bebidas alcoólicas, mas parecia um bom momento para começar. Senta-se no sofá da sala e coloca uma música lenta, daquelas que tinham certa popularidade nos anos 80. Devidamente acomodado, relaxa e começa a relembrar.
Era uma cinza manhã de novembro quando o jovem Mick ligou para sua noiva Suzie. A intenção era encontrá-la para findar os últimos preparativos do casamento. Suzie nunca retornou à chamada. Literalmente desapareceu deste mundo. Foram 5 longos meses de angústia e desesperança. As investigações foram em vão, nenhum indício de sequestro ou de fuga. Os familiares da noiva decidiram encerrar as buscas e foram morar na capital. O jovem Mick não podia mais continuar morando na casa dos pais. A maioria de seus pertences já estava no novo apartamento, onde ele planejava se estabelecer assim que retornassem da lua de mel. Faltavam apenas algumas semanas para o casamento e o local estava completamente pronto no aguardo de seus novos moradores. Mick ainda nutria uma pequena esperança de que ela pudesse retornar um dia, de algum modo, mas não se apegava a isso. Não foi uma decisão fácil, mas era preciso tentar seguir em frente.
O sol não apareceu na primeira semana desde que Mick se mudou. Com o passar dos dias o apartamento novo, agora inaugurado, parece reclamar a ausência de Suzie em cada cômodo. Tomado por um sentimento de aflição, Mick tem evitado qualquer forma de contato com os pertences dela. Afinal, o que poderia ele fazer? Doá-los? Devolver à família? A esperança de vê-la novamente parecia dissipar-se a cada dia que passava.
2h56 da manhã. Sétima noite no apartamento.
O jovem desliga a TV da sala a fim de ir para o quarto deitar-se. Era uma fria noite de quinta-feira e Mick estava de licença do trabalho para que pudesse reorganizar a sua vida após estes meses traumáticos que havia passado. Ao levantar-se da poltrona é tomado por um agradável aroma de flores vindo do corredor do prédio. Como não conhecia os vizinhos, muito menos seus costumes, não deu muita importância e foi dormir.
Atormentado por pesadelos naquela madrugada, Mick se viu incapaz de voltar a dormir. Levantou-se e dirigiu-se ao quarto de hóspedes, onde se deparou com várias caixas empilhadas. Sentindo-se compelido, abriu uma delas, revelando uma seleção de bebidas destinadas à festa de casamento que nunca chegou a acontecer. Não tinha o costume de beber além de uma ou duas cervejas socialmente. Após algumas taças de vinho branco, ele puxa do fundo da caixa uma garrafa de vinho frisante. Era o preferido de Suzie. Mick sempre respeitou suas próprias regras, entretanto não estava em seu estado de normalidade. Antes que pudesse abri-lo, volta a sentir aquele cheiro de flores. O aroma parece ter um efeito hipnotizante.
Sem hesitar, ele abre a porta do apartamento e sai pelo corredor. Não havia nada lá fora, apenas o vazio. O aroma já se dissipara no ar. No entanto, Mick nota que o apartamento à esquerda do seu parecia estar movimentado, apesar da hora avançada. O jovem observa atentamente e percebe estranhos vultos se movendo lentamente por baixo da porta do apartamento vizinho. Os contornos pareciam dançar uma valsa silenciosa. Era o apartamento 904. Ele cogita bater na porta para se apresentar aos vizinhos, mas resolve deixar pra lá. Mick é um rapaz anti-social, condição essa que agravou-se após os eventos traumáticos envolvendo sua noiva. Ao retornar, percebe uma rosa branca caída na entrada do seu apartamento, bem em cima do carpete de boas-vindas onde estava gravado as iniciais M&S. A flor passou despercebida por ele assim que saiu. O esgotamento mental de Mick começa a levantar questionamentos sobre sua saúde emocional. Ele se pergunta se isso não estaria afetando sua percepção da realidade. Ao notar que a rosa encontrada exalava um perfume muito semelhante ao que Suzie costumava usar, se vê mergulhado em um mar de pensamentos confusos e preocupações. A falta que sua noiva fazia pode estar alterando seus sentidos. Mick coloca a rosa branca em um pote de vidro com água, pega uma taça de vinho e fica ali, contemplando-a, recordando-se de como Suzie era uma jovem doce e gentil e de como ele a amava. Cansado, embriaga-se de vinho e acaba dormindo ali mesmo.
16h42. Décimo dia no apartamento.
Está chovendo lá fora e Mick acostuma-se com o efeito sedativo do álcool, diminuindo a angústia e a aflição. Já havia tomado uma garrafa de gin naquela tarde e novamente resolve abrir aquela garrafa de vinho frisante quando escuta um barulho de algo se espatifando e se quebrando. Parecia som de cristal se partindo em mil pedaços. Levanta-se tonto e com a visão turva, cambaleando, segurando a garrafa de vinho frisante em uma mão, apoiado no marco da porta com a outra. Ele pergunta quem está ali, balbuciando as palavras. Sem resposta. Pergunta novamente. Escuta apenas o som da chuva caindo no ar condicionado do lado de fora do prédio. Com o coração acelerado, Mick percebe que a porta de entrada estava aberta. Num instante de urgência, ele se apressa para pegar as chaves quando repentinamente pisa em cacos de vidro, cortando profundamente o pé. Uma dor lancinante percorre seu corpo enquanto deixa um rastro de sangue pela sala. O ferimento era sério, exigindo cuidados imediatos. Começa a se preocupar, afinal quem teria entrado no apartamento e como aquela taça de vinho caiu no chão se estava dentro do armário? Questiona-se também se deveria mexer nos pertences de sua noiva desaparecida, pois algo estranho parecia estar acontecendo sempre que pegava aquela garrafa de vinho frisante. O medo tomou conta do jovem embriagado naquela tarde.
Mick resolve guardar a garrafa de volta na caixa, enrola uma faixa em seu pé machucado e, mesmo mancando, resolve sair para investigar. Um odor de morte pode ser sentido em todo o corredor. Sem sinal de ninguém à vista, exceto pelos estranhos vultos dançando silenciosamente sob a porta do apartamento 904, Mick sente um calafrio percorrendo sua espinha. A cena era perturbadora e sua mente estava cheia de perguntas sem resposta. Com o pé ferido e o coração pulsando forte, ele se encontrava diante de um mistério que desafiava sua compreensão. Mick então aperta a campainha. Nenhuma alma atendeu. Os vultos desapareceram.
O jovem decide agir e contatar imediatamente o condomínio para relatar o incidente. Apesar do pavor que sentia, ele sabia que era crucial descobrir quem e como alguém havia aberto sua porta sem deixar vestígios de arrombamento. Os sinais suspeitos apontavam diretamente para a misteriosa unidade do apartamento 904.
17h41. Final de tarde cinzenta.
Sentado em sua poltrona, Mick desliga o telefone tremendo. O que ele soube é aterrador. O apartamento 904 está desocupado há 5 anos. Segundo lhe informaram, os proprietários desapareceram e a unidade está para ser leiloada a qualquer momento. Diante da situação, Mick sente-se cada vez mais desesperado. Após perceber a presença sutil de alguém por baixo da porta e constatar que seu apartamento fora violado, ele se tranca em casa, buscando um mínimo de segurança. Com os nervos à flor da pele, Mick decide abrir uma garrafa de bourbon na esperança de encontrar algum conforto no calor da bebida. O álcool traz um alívio momentâneo e, exausto pela tensão do dia, acaba adormecendo, deixando seus medos de lado, pelo menos por enquanto.
01h57. Décima primeira noite no apartamento.
A noite envolta em neblina traz consigo um silêncio fúnebre, quebrado apenas pelas batidas secas na porta do apartamento. Mick, levemente embriagado e tonto, agarra uma garrafa de vinho vazia e pergunta quem é. Não obteve resposta. Repete a pergunta, mas o silêncio persiste. Assustado, ele decide se sentar em frente à porta. Quase adormecendo na poltrona, foi despertado pelo chacoalhar da maçaneta, que girava diante de seus olhos. Era evidente que alguém estava tentando entrar no apartamento. Com medo, mas decidido a se defender, Mick empunha a garrafa em posição de ataque. No entanto, hesita por alguns minutos, sua mão começa a tremer enquanto luta para reunir coragem para agir.
O jovem Mick nunca se envolveu em brigas. Não tem irmãos e sempre foi uma criança medrosa. Quando finalmente abre a porta, ninguém no corredor. Então, ele sai de casa e caminha com dificuldade até o elevador, passa na frente das outras unidades e não vê sinal de vida. Mick está na outra extremidade do corredor para averiguar os cantos das paredes e portas corta-fogo quando percebe uma brisa suave fazendo com que a porta do seu apartamento se feche sozinha, no mesmo momento em que a luz automática do corredor se apaga. O detector de movimento por algum motivo não funciona e a luz não volta. Mick começa a respirar de forma ofegante e seus batimentos aceleram.
A escuridão é sufocante e um odor nauseante de morte se infiltra pelo corredor. Mick sente o pânico crescer dentro dele, afastando-o cada vez mais de seu apartamento, apesar dos meros dez metros que o separavam da segurança relativa de sua porta. Com dificuldade, consegue ligar a lanterna fraca do seu celular, quase sem bateria. Ruídos estranhos são percebidos provenientes da unidade 904, que diziam estar desocupada. A cada passo, Mick sente uma dor agonizante, mas acelera o ritmo, sem outra escolha senão fugir dali. Cada vez que o seu pé machucado toca o chão, uma onda de dor percorre seu corpo.
Um murmúrio sombrio e melancólico ecoa pelo corredor e Mick sente uma presença sinistra se aproximando. Evitando qualquer contato visual com o que quer que fosse que estivesse ali, se concentra em alcançar sua porta. Ao chegar lá, tenta não olhar para trás, para o corredor escuro ou para os eventos inexplicáveis que aconteciam. Então, um toque leve e arrepiante em sua nuca fez com que todos os seus instintos entrassem em alerta máximo. O medo o envolve, enquanto ele tenta desesperadamente abrir a porta e escapar daquele pesadelo vivo.
Quando consegue girar a chave na fechadura, entra rapidamente no apartamento e tenta fechar a porta até que ela bate em alguma coisa. Mick percebe uma mão de mulher com a pele acinzentada e as unhas vermelhas destruídas forçando a entrada. Um lamúrio agonizante o deixa atordoado. Ele dá um grito de pavor e joga o seu corpo em cima da porta, até que a mão misteriosa cede e vai embora. Ao espiar pela fresta, lá está uma mulher vestida de noiva, com a pele desfigurada segurando um buquê de rosas vermelhas, entrando lentamente no apartamento 904. Com um estalo sinistro, a porta se fecha sozinha, sem que a noiva tivesse sequer tocado na maçaneta. A luz do corredor volta a funcionar, trazendo um vislumbre de normalidade para o ambiente perturbador. Com o coração ainda martelando no peito, Mick se tranca novamente no apartamento e desaba em lágrimas. A experiência aterradora que acabara de vivenciar deixará uma memória que ele provavelmente nunca esquecerá.
08h41. Décimo segundo dia no apartamento.
Virado da noite, sentindo um frio penetrante e tremendo como vara verde, decide entrar novamente em contato com o condomínio. Gaguejando muito devido ao medo, ele opta por não contar o ocorrido com receio de ser considerado louco, mas expressa um falso interesse em adquirir o apartamento no futuro leilão. Com delicadeza, pede detalhes sobre os últimos moradores, na esperança de encontrar alguma pista que pudesse ajudá-lo a desvendar o mistério sobre a aparição que o assombrava.
Prometendo algumas garrafas de whisky em troca das informações recebidas, o jovem agora fica ainda mais assustado. A mulher que morava ao lado se chamava Beatrice. Ela cometeu suicídio após ficar sabendo da traição do noivo, faltando poucos dias para o casamento. O noivo a encontrou sem vida, deitada na cama, com os pulsos e a garganta cortados. Havia cortes em todo o corpo, aparentemente feitos com pedaços pontiagudos de um espelho quebrado. Ele ficou em choque com a cena que presenciou e prontamente chamou a emergência. Seguiu todos os protocolos com certa frieza, porém devastado.
O casal não era muito popular entre os moradores do prédio, e poucos realmente os conheciam. Alguns os consideravam excêntricos ou simplesmente estranhos. As crianças evitavam compartilhar o elevador com eles, alegando sentir medo. Boatos se espalhavam a respeito do casal, alimentados por seu comportamento antissocial, suas roupas peculiares e uma aura sombria que parecia envolvê-los.
A retirada do corpo de Beatrice causou grande comoção no local, havia crianças brincando e famílias nas áreas comuns do prédio. Era um horário de movimento intenso e o apartamento ficava no 9º andar. Este tipo de informação não pode ser divulgada quando um imóvel está para ser leiloado, porém todo mundo tem seu preço e felizmente whisky não agradava o paladar do jovem Mick.
13h54. Tarde nebulosa.
Mick entra em contato com o zelador do prédio relatando sentir um mau cheiro proveniente do apartamento 904 e pede que o acompanhe para juntos resolverem o problema. Ele alega não poder atendê-lo no momento, porém acredita no jovem e então manda o molho de chaves pelo elevador. Ele testa todas as chaves enviadas e nenhuma consegue abrir aquela fechadura. Tomado pelo desespero, o rapaz perde a cabeça e toma distância para arrombar a porta. Segundos antes do choque violento, a porta se abre sozinha, bem devagar. Os segundos de coragem transformam-se em medo rapidamente.
Sozinho e sem opções, Mick entra. O apartamento não tem luz, está escuro, frio e cheira a mofo. A mobília é velha demais e parece estar observando cada movimento. O condomínio não poderia alterar nada em seu interior antes do leilão, aparentemente só entram no local para limpá-lo uma ou duas vezes ao ano. Mick pensa não estar preparado para o que pode encontrar, porém, está disposto a qualquer coisa para dar um fim a esse pesadelo. Além da escuridão sombria, o lugar emana uma poderosa energia negativa. Qualquer mortal teria desistido de continuar a busca por respostas naquela situação, principalmente tendo passado pelo que Mick passou, contudo, precisava ser feito de qualquer maneira.
O jovem segue em frente, decidido a trazer um pouco de luz para o ambiente e facilitar sua investigação. No entanto, ao tentar abrir as persianas, percebe que estavam todas emperradas, como se não tivessem sido tocadas em décadas. A sensação que ele tinha ali dentro era de que o tempo havia parado. O ambiente parecia ser muito mais antigo do que o próprio edifício.
Papel de parede verde musgo, móveis em madeira trabalhada em estilo gótico, estofados vermelhos, grandes candelabros. Com certeza essa mobília deve valer uma nota nos dias de hoje. Ele entra no quarto de hóspedes. Para sua surpresa, encontra o cômodo completamente vazio. Era evidente que o casal não tinha filhos, pois não havia brinquedos ou qualquer sinal de ocupação infantil. Além disso, não havia fotos nas paredes nem objetos de decoração pessoais.
Faltava apenas um último cômodo para averiguar. Então Mick finalmente entra no quarto de casal, onde a tragédia havia acontecido. Ele sente suas pernas como blocos de pedra e percebe logo algo muito estranho. Há pétalas de rosas distribuídas por toda a cama. Lençóis de cetim, fronhas vermelhas e aquele odor de morte sufocante. De repente uma sensação devastadora: entrar naquele apartamento poderia ter sido o pior erro de sua vida. Quando decide que era hora de ir embora, escuta um estrondo que ecoou por todos os cômodos, quebrando aquele silêncio sepulcral. A porta do apartamento se fecha violentamente. Então uma música começa a tocar, proveniente das caixas de som cinquentenárias da vitrola da sala. Uma valsa muito antiga em um disco arranhado toma conta do ambiente. Lamúrios agonizantes se aproximam como se viessem do além. Por alguma razão, Mick fica completamente paralisado. Seu corpo não obedece mais aos comandos de sua mente. Lentamente aparece a silhueta da noiva, com aspecto cadavérico, um longo véu rasgado, encardido e empoeirado arrastando pelo piso de carvalho, empunhando seu buquê de rosas mortas. Ela aproxima-se do quarto de casal como se estivesse entrando na própria cerimônia de casamento. Não era exatamente esta a lua de mel que Mick desejava ter desde que sua noiva desapareceu.
Sem esboçar qualquer tipo de reação, o jovem cai sentado na cama de pétalas enquanto observa o seu horripilante destino cada vez mais próximo. Beatrice, a noiva morta, solta o buquê no chão. O seu choro melancólico causa calafrios. Estende suas mãos putrefatas e olha nos olhos de Mick com olhar de desejo e libido. Ela pára em frente a ele, faz uma reverência, como se fosse dançar a valsa macabra que ecoava através da mobília da sala e ensaia os mesmos movimentos que ele havia presenciado nas sombras dançantes por baixo da porta. Anestesiado e sem conseguir se mover, começa a ter flashes de memória com sua noiva Suzie, desaparecida. Seu último desejo é poder vê-la uma última vez antes que se cumpra o seu trágico fim. Beatrice o encara com seu rosto fantasmagórico sem alma que parece sugar toda a energia vital ali existente. Mick enfraquece e sua visão esmaece lentamente, até que uma outra silhueta é percebida dentro daquele quarto. Não há como identificar, mas ele tem a nítida sensação de haver uma outra presença ali. A música é interrompida. Beatrice repentinamente fica petrificada. Os lamúrios cessam e ela se desintegra a um palmo de distância do jovem que fica ali, inerte. Uma forte luz o cega por alguns instantes, ele sente aquela fragrância de rosas brancas e apaga.
07h42. Décimo terceiro dia no apartamento.
Uma bela manhã de sol naquele final de outono. Há muitos dias que não se ouvia o canto dos pássaros lá fora. Mick abre os olhos. Ele está deitado em sua cama. Sente-se bem, apenas levemente cansado e com a certeza de ter tido um terrível pesadelo. O rapaz se levanta. Seu apartamento está em ordem, nenhum sinal de arrombamento ou pertences fora do lugar. Pela primeira vez ele sente paz, contudo, precisa entender o que era sonho e o que era real. Dirige-se até o corredor. A porta do apartamento 904 está fechada e chaveada. Ele suspira aliviado. Quando retorna, percebe um estranho movimento no quarto. Rapidamente pega uma garrafa vazia de espumante para se proteger e entra. Não encontra nada. Apenas a janela aberta com as cortinas esvoaçantes. Ele olha para a cama e lá está, no lado em que Suzie dormiria, uma rosa branca. Intacta. Exalando um perfume inebriante.